Cerimônias de Casamento
Que ele examine primeiro a família da noiva ou do noivo em
vista.
Que ele dê a moça a um jovem dotado de inteligência.
Que ele se case com uma moça que mostre as características de
inteligência, beleza e conduta moral, e esteja livre de doença.
Como as características são difíceis de discernir, que ele faça
oito montinhos de terra, recite sobre os mesmos a formula seguinte:
"O direito nasceu primeiro, no início - sobre o direito a verdade
esta fundada. Para o destino que nasceu essa moça, possa ela
cumpri-lo aqui. O que é verdade que possa ser visto", e diga a
moça: "Toma um destes".
Se ela escolher o montinho tomado de um campo que dá duas
Colheitas por ano, ele poderá saber - "A progênie dela será rica em
alimento". Se de um estábulo de vaca, rica em gado. Se da terra
de um altar, rica em brilho sagrado. Se de um poço que não seca,
rica em tudo. Se de um lugar de jogo, viciada na jogatina. Se de
um lugar onde quatro estradas se cruzam, inclinada a direções di-
ferentes. Se de um lugar estéril, pobre. Se de um cemitério, trará
morte ao marido. Tendo posto ao lado ocidental do fogo uma mó,
ao noroeste um vaso de água, com sua face voltada para o ocidente
ele devera com a fórmula "Tomo tua mão pela felicidade" segurar-
-lhe o polegar se quiser que nasçam apenas filhos homens, os de-
mais dedos dela se ele quiser filhos mulheres, e a mão ao lado do
cabelo juntamente com o polegar, se quiser filhos de ambos os sexos.
Conduzindo-a três vezes em volta ao fofo e ao vaso de água,
de modo que seus lados direitos estejam votados para o fogo, ele
murmura: "Isto sou eu, isso és tu; isso és tu, isto sou eu; isso és
tu; isso és tu, isto sou eu; eu o céu, tu a terra. Vem! Casemo-nos
aqui. Vamos procriar. Amando, alegres, combinando em espírito,
possamos viver cem outonos".
Cada vez que ele a tenha conduzido assim em volta, fará que
ela pise na pedra, com as palavras: "Pisa nesta pedra; sé firme como
uma pedra. Vence os inimigos, esmaga-os".
Tendo primeiramente derramado manteiga derretida sobre as mãos
dela, o irmão da moça ou uma pessoa funcionando em lugar do mes-
mo derrama grão frito duas vezes sobre as mãos juntas da esposa.
Derrama novamente manteiga derretida sobre ó que ficou do
alimento sacrifical e sobre o que foi cortado fora.
Ela deve sacrificar o grão frito sem abrir suas mãos juntas. Sem
essas voltas em tomo ao fogo, ela sacrifica o grão, com a ponta de
uma cesta em sua direção.
Ele então solta os dois cachos de cabelo dela, se estiverem fei-
tos, isto é, se dois tufos de lã estiverem enrolados em tomo ao seu
cabelo nos dois lados.
Ele faz então que ela ande a frente numa direção nordeste, dan-
do sete passos e dizendo as palavras seguintes: "Para a seiva com
um passo, para o suco com dois passos, para prosperar cinco pas-
sos, para as estações com seis passos. Sê amiga com sete passos. Sê
assim dedicada a mim. Tenhamos muitos filhos, que atinjam idade
provecta".
Juntando suas cabeças, o noivo as asperge com água do vaso
de água.
E ela deverá morar aquela noite na casa de uma velha mulher
brâmane cujo marido esteja vivo e cujos filhos estejam vivos.
Quando ela vir a estrela polar, a estrela Arundhati e a Ursa Maior,
que rompa seu silêncio e diga: "Possa meu marido viver e eu ter
progênie!"
Se o casal recém-unido tiver de fazer uma viagem a seu novo
lar, que ele a faça montar na carruagem com o verso: "Que Pushan
te conduza daqui segurando tua mão!"
Todo o tempo eles levarão o fogo nupcial a frente.
Nos lugares aprazíveis, arvores e encruzilhadas, que ele mur-
mure o verso: "Que não encontremos assaltantes!"
Em todos os lugares de moradia que encontrarem em seu cami-
nho, ele devera olhar os espectadores e dizer o verso: "A boa sorte
traz esta mulher!”
Com o verso "Aqui possa o prazer se cumprir para ti pela progênie”
Ele deverá fazê-la entrar na casa.
Tendo posto o fogo nupcial em seu lugar e espalhado ao lado
ocidental do mesmo a pele de um touro com o pescoço para o oriente
e o pêlo para cima, ele faz oblações, enquanto ela se senta nessa pele
e o segura; ele partilha em coalhada e da também para ela, ou então
lambuza seus dois corações com o resto da manteiga que usou no
sacrifício. A partir desse dia, não deverão comer alimento salino,
devendo manter-se castos, usar ornamentos, dormir no chão três noi-
tes ou doze noites, ou um ano, de acordo com alguns mestres; com
isso, dizem, um Vidente nascera como seu filho.
(Asvalayana, 1.5-8, com omissões)
por Louis Renou