Exortação à generosidade e à caridade
A fome não é o único suplício instituído pelos deuses. Os mortos também aparecem aos que vivem na fartura. Não diminui a riqueza de quem faz donativos. O avarento não encontra ninguém que o lamente.
Quem é insensível em face do miserável faminto, do doente, não encontra ninguém que o lamente. Generoso é quem dá ao mendigo vagabundo, magro, faminto. Quem o socorre, chamando-o na estrada, adquire um amigo para os dias futuros.
Quem não dá uma parte do seu alimento ao amigo, ao companheiro de viagem, não é amigo. O amigo ou o companheiro afaste-se dele e vá à procura de outro, generoso, ainda quando seja estrangeiro.
O poderoso deve dar ao oprimido. Pense na estrada que tem a percorrer. A riqueza gira como as rodas de um carro, ora vai para um lado, ora vai para o outro, no caminho.
O insensato poupa o alimento em vão. Em verdade, eu vos digo, o alimento é a sua perdição. Ele não arranja nem um camarada, nem um amigo. Comendo sozinho, ele está só com o seu erro.
No trabalho, a charrúa acalma a fome. Andando, termina-se a viagem. O sacerdote que fala, leva vantagem sobre o sacerdote que não fala. O amigo que faz donativos vale mais do que aquele que não os faz.