Foi com Bimbisara (-6-5) que finalmente a Índia começou a se unir politicamente, através da construção de um protótipo de Império que seria absorvido e consolidado por Chandragupta em -323. A História desse soberano é complexa, e parece que ele não vinha de nenhuma varna importante. É provável que Chandragupta representasse para a Índia a ascensão de uma força renovadora, capaz de restaurar (mas ao mesmo tempo, modificar) a conformação política e social da região. Ele organiza seu império lançando mão de um grande aparelho burocrático que se encarregou de controlar a vida das regiões submetidas segundo um critério político centralizador, de acordo com uma perspectiva única na História indiana. A manifestação completa desta inusitada articulação política estava representada em um dos ministros de Chandragupta, chamado Kautylia , que escreveu o Artashastra, um tratado de governo social cuja crueldade e objetividade são chocantes. Mas este livro é um passo importante para compreendermos a tentativa de substituir uma práxis governamental pautada na religião para uma monarquia materialista, forte e pragmática.
No entanto, Chandragupta, no final de seu governo, largou o Império nas mãos de seu filho e foi morrer como um asceta jainista. Seu neto, chamado Asoka (ou ainda Ashoka, ou Açoka) elevaria ao máximo o poder dos maurya no século -3. E da mesma forma que o avô, se converte num dado momento de sua vida à pregação religiosa, divulgando a fé budista-ecumênica através de uma série de éditos gravados em pedra (que viriam a ser a primeira fonte escrita indiana, embora estando em várias línguas, inclusive grego e aramaico, além das indianas) que o elevaram a condição de um grande soberano pacifista e culto. Asoka encerra um grande período de transformações na História da Índia, que estabeleceram o poder da diversidade em sua civilização.